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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Declarações do ex-gerente do CDHU

A nossa leitora fez uma pilhéria com algumas declarações polêmicas do ex-gerente regional da CDHU. Como sempre, o Movimento não deixa de comentar todas as mensagens que recebe.

Para isso, usaremos o texto da noticia publicada no jornal Gazeta de Ribeirão do dia 11/01/2012, que deu voz às reclamações dos novos e “felizardos” moradores das casas feitas para os ex-favelados, os quais, na opinião técnica das autoridades (depois desmentidas) têm problemas de nível educacional e não sabem usar casas, já que os problemas apontados foram provocados pelos moradores, devido ao mau uso,  como pode ser visto no extrato da reportagem abaixo..


Uma semana após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) entregar 232 casas no conjunto Habitacional  Paulo Gomes Romeo para moradores da extinta Favela da Mata, os imóveis apresentam  rachaduras nas paredes e no piso, vazamentos e infiltrações.

Em uma das casas, o piso do banheiro chegou a rachar, depois que a moradora pisou. “Minha esposa foi entrar no banheiro logo quando mudamos e o piso simplesmente rachou”, afirmou Clodoaldo Marques.

Os problemas também bateram à porta da faxineira desempregada Neide Justino, 37 anos.

Ela se mudou da Favela da Mata com os seis filhos há oito dias e sofre com uma infiltração no teto da residência, além de ter recebido a casa com o tanque entupido e as portas sem maçaneta. “Cheguei a reclamar, dois técnicos vieram aqui,mas até agora nada foi feito. Minha casa está aberta”, lamentou.(Gazeta de Ribeirão 11/01/2012)

Não podemos contestar essas opiniões técnicas: o piso do banheiro rachou porque a moradora não sabe caminhar com educação; rachaduras nas paredes não é problema de construção mas sim porque o morador deve ter-se encostado nela. Vazamentos e infiltrações deve-se, é claro, porque abrem o registro do cavalete para terem acesso à água.

Este conceito não é exclusivo de um ex-gerente. É o conceito padrão de todas as hierarquias dos governos.  Para eles, favelado é uma “coisa” que se tira de um lado e se coloca em outro.  Por isso as palavras do ex-gerente não representam uma opinião pessoal mas sim de classe social. A crueza da verbalização é que obrigou os altos escalões a desmentirem aquilo em que eles também acreditam.

Na verdade, pelo código do Consumior e pelas normas adotadas inclusive pelo Sinduscon, todo o imóvel deve ser entregue após uma vistoria e o moradr deve receber um manual de uso do imóvel, indicando inclusive onde pode e não pode fazer furinhos para pendurar quadros e cabides, sem acertar um cano de água ou uma fiação elétrica. E isso não foi feito.

Por outro lado, o conjunto habitacional Paulo Gomes Romeo não foi o primeiro a ser construído pela CDHU para abrigar ex-favelados, logo, presume-se que os fatos e reclamações não são inéditos e, se eles “os técnicos sábios” sabem que essas pessoas têm dificuldade de se adaptarem ao uso de uma casa, então deveram tê-los ensinado antes. Não o fazendo e afirmando que é um problema de nível educacional, simplesmente estão confessando que são omissos em suas obrigações.

E isso é muito mais grave do que as declarações do ex-gerente regional.

Para terminar, mesmo que a pia da cozinha estivesse sendo utilizada para outra atividade, conforme foi sugerida pelo entrevistado, uma coisa temos que admitir: a pia é realmente muito fraca.


Resposta ao Sr Milton Vieira (em preto)...

...“A gente conhece o nível de educação (dos moradores)... O pessoal veio da favela. Não está acostumado a morar em casa... e insinuou que a pia havia quebrado por conta de relações sexuais em cima da peça. Declaração de Milton Vieira – gerente regional do CDHU- Ribeirão Preto.


A jovem senhora chorava desesperadamente sem parar, nada nem ninguém conseguia acalmá-la.
Até que uma vizinha disse:
_ “Você devia fazer um B.O., vai lá na delegacia e denuncia esse absurdo,
_” será? Se num acha que eu vou passar vergonha?”
_ que nada minha amiga! O que não pode é vc ficar chorando desse jeito...
_ Vou pensar...
E assim passou o resto da manhã pensando e chorando, até que tomou uma decisão:
_eu vou! Já tá todo mundo sabendo mesmo...
Se arrumou e foi ao posto policial mais próximo.
_ Quero fazer uma denúncia
_ Sim senhora, senta aí e espera
Esperou, chorou, suspirou, pensou em desistir, e quando já ia levantando pra ir embora foi chamada.
_ Senta aqui, qual é a queixa?
_ eu quero fazer uma queixa contra a prefeitura que entregou esses casas prá gente que morava lá na favela.
_ E qual o motivo?
_” olha eu vou contar a minha estória que é pro senhor entender, se eu começar a chorar o senhor não liga não, mas é que eu tô muito revoltada com tudo isso.”
_ Pode começar...
_ “ eu cresci na favela, dividindo barraco com mais oito, conheci meu marido lá mesmo, a gente se casou e continuamos nessa vida dura de enchente, de não ter nosso canto, até que agora veio essas casas e tiraram a gente de lá,
Eu quase não acreditei que ia ter uma vida nova, com casa de verdade, poder cuidar, ter jardim, quintal, essas coisas que a gente acha que todo mundo deve ter,”
_ Sim, mas qual é a queixa senhora?
_” Peraí que eu já chego lá. Sabe a gente que é mulher e assiste essas coisas românticas na televisão tem vontade de fazer também, quando eu era mais nova, assisti um filme, desse americanos, que a mocinha é todo linda e loira, e ela e o mocinho tem uma cena que eles fazem as coisas em cima da pia.
_ Que coisas?
_ Essas coisas assim de namorar, sabe como é?
_ Sei, sim senhora
_ Pois é, aí eu falei pro meu marido, já posso realizar meu sonho...
As lágrimas desciam, e ela não conseguia mais falar...
_ Vai, minha senhora termina sua estória, eu não tenho o dia todo não.
_ Aí doutor a pia quebrou...
_ porque que é que só os ricos podem fazer essas coisas, e até filmar, a gente que é pobre tem que  se contentar com essas porcarias de casa que quebra tudo?
Desse jeito nem meu casamento vai aguentar, pode uma coisas dessas?

  

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