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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

01 - Favela da Familia / 02 - CPI da Cohab

A Cidade - Quinta,  12 de Janeiro de 2012

Sofrimento de famílias sem-teto chega a 6 meses
Eles ainda estão em campo de futebol para onde foram levados após ação violenta da polícia, em julho
Jacqueline Pioli
Ex-moradores da extinta Favela da Família estão vivendo no improviso há seis meses. Em julho do ano passado, cerca de 200 famílias foram expulsas de forma violenta do lugar em que moravam, na zona Norte da cidade.

No mesmo dia da reintegração de posse, pessoas que não tinham para onde ir ocuparam um campo de futebol próximo à favela. Lá se formou a nova comunidade da Família. O servente Renivaldo Ferreira Silva, 36 anos, ex-morador da Favela da Família, divide hoje um cômodo de apenas 16 m² com a filha de 12 anos.
Além do barraco, todos os móveis e equipamentos eletrônicos de Renivaldo foram destruídos. "Tive que comprar tudo de novo. A minha filha dorme em uma cama e eu, no chão. Não tenho banheiro em casa, vou na casa da vizinha. Dependo dela também para cozinhar pra mim", conta o servente, desolado.
A vizinha dele, Maria Cilna, 43 anos, também sofre com a falta de espaço e estrutura do local. "Moro com oito pessoas, que são meus filhos e meus netos. A minha antiga casa era maior", lamenta. Com as chuvas dos últimos dias, a situação que era difícil ficou pior. "Eu queria mesmo é ter minha casa de verdade", diz Maria.
A assessoria da Prefeitura de Ribeirão Preto afirmou que, na época da reintegração de posse, os assistentes sociais ajudaram as famílias com comidas e roupas e orientaram as pessoas a procurarem a Central de Triagem e Encaminhamento do Migrante e Itinerante e Morador de Rua (Cetrem). Ainda de acordo com a assessoria, os moradores também foram orientados a se cadastrarem nos programas de habitação do município.
A desocupação
No dia 5 de julho de 2011, aconteceu a reintegração de posse da área da Favela da Família, no Jardim Aeroporto, que pertence a uma empresa particular. Os ex-moradores da favela resistiram à reintegração porque não tinham para onde ir. A polícia militar teve que intervir. Os policiais usaram cavalaria, cães, balas de borracha e bombas de efeito moral. O helicóptero Águia acompanhou a ação. Algumas pessoas ficaram feridas.





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