A reclamação do prof. Marco Santilli quanto ao pretenso uso de aterro sanitário para Ribeirão Preto é muito justa e oportuna.
A diferença entre um lixão e um aterro sanitário padrão é que o aterro é um lixão embrulhado...de presente para as futuras gerações. Para fazer aterro convencional é necessário um buraco para entupir de lixo e esse buraco ocupa um espaço proprio e um espaço maior ainda no seu entorno a ser protegido.
Como a produção de lixo é continua no tempo e a cidade se expande no espaço, é óbvio que vai chegar um instante em que não existe mais espaço disponivel para fazer aterro sanitário mas vai continuar existindo a produção de lixo.
Não é um paradoxo urbano. Por isso, considerar o uso de aterros sanitários convencionais como uma solução técnica certamente que não pode ser considerada um projeto de Engenharia. Nunca foi.
A única possibilidade para o uso de um aterro sanitário sério será o destinado à produção de biogás como subproduto de composto orgânico, através da utilização de um aterro sanitário permanente composto por células renováveis (como se fosse uma planta industrial) e que para isso necessita de uma carga diária de 500 t/dia de matérial orgânico.
Evidentemente que a coleta seletiva e sua industrialização tem que fazer parte do projeto, para que a carga do aterro por células seja exclusivamente orgânica, para que cada célula, ao ser renovada, não apresente residuo e possa receber carga novamente. Esta tecnologia é da década de 70 do seculo passado e nunca foi aplicada nem mesmo citada pelas Academias que apenas ensinam a construir lixões embrulhados.
Existem outras tecnologias para produção de composto orgânico sem a utilização de aterros de nenhuma espécie, utilizando metodologia industrial de decomposição aeróbica.
Qualquer que seja o sistema, a coleta seletiva e sua industrialização posterior é indispensável, assim como uma eficiente educação ambiental.
Lenio
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