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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Encaminhamentos do Caio e da Cidinha Santos : Pinheirinho e falta de sinalização nas ruas

de:         Caio Cristiano caiocristiano@yahoo.com.br
data:     11 de fevereiro de 2012 20:24
assunto:              Prefeitura de São José dos Campos desaloja moradores de abrigo de madrugada

Moradores foram ameaçados para se retirarem de abrigo da própria prefeitura


LUCIANA CANDIDO
da redação
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• Dando continuidade ao plano fascista contra pobres em São José dos Campos (SP), a prefeitura do PSDB de Eduardo Cury deu início à desocupação dos alojamentos na madrugada desta quinta-feira, dia 9. A Guarda Civil, acompanhada por representantes da Prefeitura, chegou à 1h da manhã no abrigo da escola CAIC com ônibus para levar os moradores.

A alegação foi que os sem-teto tinham de sair porque as aulas começariam na segunda-feira. A guarda intimidou os moradores dizendo que a Tropa de Choque chegaria pela manhã para tirar à força quem não saísse “pacificamente” naquele mesmo instante. Com medo, algumas famílias entraram nos ônibus da prefeitura mesmo sem saber para onde seriam levadas.

As famílias que resistiram estão saindo de forma organizada, levadas pelos coordenadores do movimento aos abrigos Vale do Sol e Centro Poliesportivo, que é coordenado pelo movimento. Assim, os sem-teto não se dispersam e podem continuar sua luta por moradia unidos e mais fortes.

“Essa prefeitura não tem sensibilidade nenhuma. Acordar uma criança a 1h da manhã, dizendo que ela tem que ir de um lugar a outro, pode isso?”, disse Toninho Ferreira, advogado dos sem-teto. Para ele, essa ação é mais uma demonstração de que não houve preocupação alguma com as pessoas quando se fez o despejo violento do Pinheirinho. >“Fizeram isso com os judeus em 45”, afirma.

As famílias que saíram foram levadas ao alojamento do Latão, que, segundo informes dos moradores e dos coordenadores do movimento, é o que está em piores condições de sobrevivência. “Nós estamos trabalhando intensamente par tirar as pessoas de lá, aquilo não dá”, informou Toninho.

Precariedade

As condições nos abrigos estão cada vez mais insuportáveis. Há muitas crianças, idosos e doentes. As mães reclamam que não conseguem matricular os filhos nas escolas e têm dificuldades para serem atendidas no posto médico do bairro. A alimentação é insuficiente e a prefeitura chegou até a entregar comida estragada na semana passada.

Apesar de estarem pegando a bolsa-aluguel de R$ 500, os sem-teto não estão conseguindo alugar imóveis. Além de não encontrarem casas por esse valor, eles não têm fiador e muitos não têm sequer documentos, pois foram destruídos pela polícia junto com suas residências. Muitos alegam, ainda, que estão sofrendo preconceito. Uma moradora de um bairro da região contou que uma vizinha a procurou para assinar um abaixo-assinado contra uma família do Pinheirinho que alugara uma casa na sua rua. Ela discutiu com a mulher e se negou a assinar.

A batalha dos sem-teto, agora, é pela retomada do terreno do Pinheirinho. Eles estão exigindo da presidente Dilma que desaproprie a área. “O movimento não acabou”, disse Toninho. No dia 3 de março, haverá uma festa para comemorar os oito anos da Ocupação Pinheirinho, que se deu no dia 26 de fevereiro de 2004. Vários artistas já confirmaram presença.



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Atores de Ribeirão Preto fazem ato sobre caso Pinheirinho
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DE RIBEIRÃO PRETO


Atores de Ribeirão Preto (313 km de SP) realizaram uma performance artística no calçadão da cidade na manhã deste sábado, num ato de solidariedade aos moradores da favela Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP), onde ocorreu uma reintegração de posse marcada por confrontos entre os moradores, a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal no último dia 22 de janeiro.

No total, 18 atores interpretaram os papéis de moradores, policiais, a presidente Dilma Rousseff (PT), a juíza Márcia Loureiro, que autorizou a reintegração, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o prefeito de São José dos Campos, o também tucano Eduardo Cury.

Os atores também se manifestaram contra a ação de reintegração de posse que ocorreu na favela da Família, em Ribeirão, em julho do ano passado. Também houve confronto entre policiais e moradores.
De acordo com a organização, o objetivo da performance foi chamar a atenção da população e conscientizar sobre o que ocorreu nas duas cidades.


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A Cidade - 12-2-2012

Grupos protestam no Centro de Ribeirão neste sábado
Artistas são contrários a reintegração de posse em São José dos Campos e moradores da Vila Elisa pediram casas à prefeitura
Jucimara de Pauda






 Um grupo de artistas protestou na manhã deste sábado (11), em Ribeirão Preto, contra a reintegração de posse do bairro Pinheirinho, em São José dos Campos. O protesto contra o uso de força policial durante a reintegração de posse ocorreu em frente ao Theatro Pedro II.
A retirada de 9 mil pessoas que viviam no local aconteceu no dia 22 de janeiro e houve confronto entre moradores e a PM (Polícia Militar). Carros de emissora de televisão e ônibus foram queimados pelos moradores durante o confronto.
A Justiça Estadual determinou a reintegração de posse em benefício da massa falida da empresa Selecta, do investidor Naji Nahas. Na época, representantes do governo federal discordaram da reintegração de posse.
"A polícia agiu com truculência e várias pessoas perderam tudo e não aceitamos esta forma de tratamento. Esta retirada foi um massacre", diz Fabiana Silva, estudante.
Moradia
A poucos metros do grupo de artistas, outra manifestação ocorria na Praça XV. Moradores da Vila Elisa que receberam intimação para desocuparem a área onde moram temem perder suas residências. Eles esticaram
faixas com os dizeres: "Somos contra violência, queremos moradia e paz".
"Queremos ser cadastrados na prefeitura e também ter direito a uma moradia digna", diz Joel Nascimento Ludovico.
Silvia Rodrigues de Freitas afirma que os moradores querem apenas o direito de conquistar a casa própria.
"Sabemos que onde nos estamos tem dono, mas a prefeitura precisa fazer o nosso cadastro para termos direito a uma casa também." 

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