A Cidade - Sexta, 24 de Fevereiro de 2012
Gláucia critica prefeitura por pedir que ONG deixe prédio
Oposicionista ligada à organização insinua que ato poderia ser retaliação a ela em ano eleitoral
Monize Zampieri
Gláucia Berenice critica pedido de desocupação de casas da prefeitura usadas por ONG
A vereadora Gláucia Berenice (PSDB), que compõe o bloco de oposição, criticou a prefeitura ontem, em pronunciamento na tribuna da Câmara, por ter solicitado à ONG Crescei, da Comunidade Cristã de Ribeirão Preto, que desocupe até o dia 2 de março as cinco casas que ocupa, por meio de comodato com o município, na Vila Tecnológica, no bairro Alexandre Balbo II, na zona Norte.
A tucana insinuou que pode haver motivação política no ato, ao dizer que "não quer acreditar" que a medida do Executivo seja uma retaliação à ela - uma das criadoras do projeto CriAção, desenvolvido no local - devido ao ano eleitoral. Ela pediu para que a determinação seja revista.
A prefeitura diz que tem projetos para as casas e que o comodato venceu há quatro anos, quando o deputado estadual Welson Gasparini (PSDB) era o prefeito de Ribeirão.
Geração de renda
A parlamentar, que é evangélica, destacou que 240 pessoas são atendidas no projeto CriAção, iniciado em 1996, com oficinas de geração de renda e medidas socioeducativas gratuitas.
"É impossível acreditar na seriedade de uma administração que trata seus parceiros dessa forma. Quero saber se a administração ouviu as pessoas atendidas e as que, graças ao projeto, foram inseridas no mercado de trabalho. O projeto transformou a população sem nenhum centavo da prefeitura", afirmou.
Gláucia declarou ainda que, desde o início do governo da prefeita Dárcy Vera (PSD), a Comunidade Cristã tenta, em vão, renovar o contrato de comodato. "Não sei se é retaliação, mas, desde que assumi como vereadora, me afastei do projeto, que existe há 16 anos e tem vínculo com o local. É importante mantê-lo lá, mesmo que tenhamos que pagar a locação. Peço sensibilidade", disse.
Secretarias têm planos para as casas
As Secretarias de Cultura, Esporte e Assistência Social têm planos para as cinco casas ocupadas pelo projeto CriAção, no Alexandre Balbo II. A informação é do secretário da Casa Civil, Luchesi Junior. O secretário, porém, não especificou o que e quando será implantado. "A desocupação foi solicitada porque há um projeto para aquele local, nas áreas de Cultura, Esporte e Assistência Social", resumiu.
Entretanto, Luchesi negou qualquer tipo de retaliação à oposicionista. "O comodato com a prefeitura está vencido há quatro anos, portanto, desde o governo Gasparini. Não acredito que o ex-prefeito, sendo do mesmo partido da vereadora, não renovou o comodato por retaliação", alfinetou, emendando que não recebeu pedido para ocupação em outro local.
Jornal Gazeta
de: Caio Cristiano caiocristiano@yahoo.com.br
data: 23 de fevereiro de 2012 22:20
assunto: MST participa de ato em solidariedade à Pinheirinho em Ribeirão Preto
Por João Previattelli
Da Página do MST
Logo após a reintegração de posse realizada em Pinheirinho - região de São José dos Campos (SP) - no dia 22 de janeiro, por meio de uma ação repressiva e violenta da Polícia Militar, se formou na cidade de Ribeirão Preto um comitê para se discutir os problemas relacionados às reintegrações de posse, com a participação de diversas organizações e movimentos sociais.
Nesse sentido, o comitê organiza um ato para este sábado (25) na cidade de Ribeirão Preto, em solidariedade às famílias do Pinheirinho e contra a criminalização dos movimentos sociais, repudiando as formas como estão ocorrendo às reintegrações de posse.
MST doa caminhões de alimentos para a população de Pinheirinho
É esperada grande participação das mulheres, já que o ato também visa a conscientização e preparação para as mobilizações que acontecem no dia 8 de Março, Dia Internacional das Mulheres.
Kelli Mafort, da direção nacional do MST, afirmou que “ainda há possibilidade de reintegração de posse em algumas favelas da região, por isso o comitê propõe igualmente a discussão dos problemas agrários e habitacionais de Ribeirão.”
O ato pretende dialogar com questões concretas que estão acontecendo na região, já que ocorre em meio a um processo de ocupação de terra pelo MST - a Fazenda Martinópolis, no município de Serrana – além de possíveis despejos de algumas favelas da região. Portanto, ele ainda pretende contribuir na convocação para uma luta conjunta e permanente.
Fazenda Martinópolis
A cidade de Ribeirão Preto é conhecida como a “capital” do agronegócio brasileiro, de modo que o lobby exercido pelos latifundiários e empresas transnacionais se torna num forte entrave para o avanço da Reforma Agrária na região.
A fazenda Martinópolis, ligada a Usina Nova União, é um forte exemplo. Mesmo após a comprovação de uma dívida avaliada em mais de R$300 milhões, denúncias de irregularidades trabalhistas e ambientais, ela ainda não foi destinada à Reforma Agrária.
Atualmente, 80 famílias estão acampadas na fazenda desde o dia 11 de fevereiro, com a finalidade de pressionar o governo para que os Ao longo desses dias, já foram realizadas diversas ações culturais e didáticas para os acampados, como a oficina de agrofloresta, que visa conciliar a produção de alimentos e a preservação ambiental.
Mesmo com a imobilidade do governo e as dificuldades impostas pelos latifundiários, Kelli se mostra confiante: “Casos como esses demonstram as debilidades do agronegócio. Estamos lutando e estamos otimistas em relação à Reforma Agrária.”
Ato Político:
"SOMOS TODOS PINHEIRINHO, SOMOS TODOS FAVELA DA FAMÍLIA"
- Em defesa do direito à moradia
- Contra a criminalização da pobreza e dos movimentos sociais
Dia: Sábado 25/02/2012
Horário: 9h
Local: Esplanada Pedro II
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