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segunda-feira, 23 de maio de 2011

O QUE É QUE O LEITE LOPES TEM A VER COM A COPA?

Aparentemente nada. Mas, numa Audiência Pública patrocinada pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA),  publicada na revista e-confea (grifos nossos),  o presidente do CONFEA diz que projetos sem base técnica emperram obras da Copa.

Portal A Critica, 12 de maio de 2011

Projetos elaborados sem consistência técnica representam hoje o grande gargalo para a liberação de recursos destinados às obras da Copa 2014. A três anos da realização do campeonato mundial no Brasil, a maioria dos empreendimentos ainda não saiu do papel por apresentar irregularidades justamente nesses projetos técnicos.  A revelação foi feita, na manhã desta quinta-feira (12), pelo presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), Marcos Túlio de Melo, durante audiência pública no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam).
(...)
De acordo com a organização da audiência pública na Fieam, uma pesquisa on-line realizada com usuários de Manaus revelou que deficiências na mobilidade urbana, na infraestrutura e nas condições do aeroporto da capital são as principais preocupações da população para a realização da copa no Amazonas.

Dois pontos se tornaram relevantes:

O primeiro deles refere-se à falta de consistência técnica nos projetos. Esse ponto nos lembra a total falta de capacitação em engenharia aeroportuária no projeto elaborado pela tal equipe técnica da prefeitura sobre o puxadinho da pista no Leite Lopes.

Baseado nesta barbaridade técnica o Governo do Estado encomendou ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) que refaça o estudo de zoneamento de ruídos anteriormente feito pelo próprio instituto, ao custo de R$ 90 mil reais, na tentativa ridícula de derrubar o acordo judicial  entre o MP e o DAESP que impede, judicialmente, a ampliação da pista, ou seja, a execução do tal puxadinho.
                        
E quem vai bancar estes 90 mil? Não são eles, e sim nós contribuintes. Podemos chamar esse desperdício de dinheiro publico de improbidade administrativa?

A Audiência foi feita na Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FEAM). Que pena que a FIESP Ribeirão não siga a mesma linha e exija qualidade nos projetos na cidade e em particular no aeroporto de Ribeirão Preto e passe a apoiar a construção de um aeroporto novo em lugar de insistir na ampliação do limitado e já ultrapassado Leite Lopes cujos remendos e maquiagens ao longo dos anos já consumiram muitos milhões de reais, com os quais já se teria construído um aeroporto novo.

Seria um avanço considerável na melhoria do padrão empresarial local.

Infelizmente a incompetência técnica nos projetos públicos não são uma exclusividade de Ribeirão Preto. É geral. Precisamos começar a reverter isso e vamos começar aqui mesmo, em Ribeirão Preto.

Não é apenas no que se refere ao tal puxadinho do Leite Lopes. Foi o projeto de desfavelamento, foi o projeto dos apartamentos para onde querem enlatar as famílias da favela do Brejo, é o sistema de mobilidade e de acessibilidade urbanas, é  a falta de um projeto de destinação adequada dos resíduos sólidos, entre tantas outros incompetências públicas, que podemos afirmar, como sendo a falta de um projeto para a cidade que incha ao sabor dos interesses do mercado imobiliário e de eventos, entre outros, à revelia dos interesses das populações que ficam à mercê da satisfação dos caprichos das elites e seus negócios, como já ficou comprovado pela submissão e servilismo da Prefeitura aos eventos realizados no Parque Permanente de Exposições.

O segundo ponto refere-se ao aeroporto de Natal, que é considerado um empecilho à realização da Copa.

É importante salientar que o aeroporto de Natal tem 2 pistas, uma com 1.800 m e outra com 2.600 metros (ao nível do mar) numa área de 1.300 ha com capacidade para atender 1.200.000 passageiros/ano e está sendo construído outro – o citado no artigo – com área de 1.500 ha. O Leite Lopes tem uma previsão de chegar em breve a 1.000.000 de passageiros/ano com uma área de 170 ha.  

Não é erro de digitação: é 170 ha contra 1.300 ha para o mesmo trafego de passageiros!

Este é um dos motivos geradores do caos no sistema aeroviário nacional: Aeroportos meia boca, sem nenhuma infraestrutura são o resultado da tecnologia do puxadinho, para atender a vaidades e marketing político de políticos de terceira linha, que não pensam na cidade mas apenas em obras que sejam executadas durante o seu mandato.

No caso de Ribeirão Preto, esses políticos ainda recebem o aval do Governo do Estado de S. Paulo com desperdício de dinheiro público. Simplesmente inacreditável!

É triste verificarmos tudo isso pelo Brasil afora. Por isso o Movimento Pro Novo Aeroporto está empenhado em reverter essa situação em Ribeirão Preto e já está integrado num movimento mais amplo de renovação de aeroportos a nível nacional. Tecnicamente eficientes e sem puxadinhos.

A luta por um sistema aeroportuário decente e digno para  o Brasil, elaborado com critérios técnicos não subservientes a interesses mesquinhos de negócios e vaidades políticas daqueles que querem inaugurações somente em seus mandatos é muito grande e será muito desgastante. Mas será vitoriosa. O Brasil precisa e merece.

Enquanto isso permanecemos na nossa batalha no cotidiano canavieiro:

O CONGONHAS CAIPIRA LEITE LOPES FICA COMO ESTÁ
 e UM NOVO AEROPORTO JÁ

As eleições vêm aí.  Cuidado em quem vai votar.

Não vote em político de terceira linha: Vote em estadista

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