Base provoca debandada na CPI do caso Cohab

Bertinho Scandiuzzi e Gilberto Abreu pedem exclusão da comissão, após situação negar novo pedido de oitiva

Os vereadores Bertinho Scandiuzzi (PSDB) e Gilberto Abreu (PV) estão fora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga suposto desvio de casas populares. A solicitação partiu de ambos após a base governista negar pedido para ouvir mais uma possível vítima, indicada pelo bloco de oposição. Revoltados, Bertinho e Gilberto abandonaram a reunião da comissão, realizada na tarde de ontem (8), na Câmara, após a votação do pedido.

Para Bertinho, a comissão, que até agora "não constatou nada", não quer mais apurações. "Eles não querem ouvir mais ninguém. O pessoal da base disse que não vai levar a nada [ouvir a indicada]. Se estou na comissão é para investigar, mas esse objetivo não está ocorrendo", disse.

Da mesma indignação compartilhou Gilberto. "Não foi a primeira e nem a segunda vez que se negaram a ouvir nossas sugestões. Não vamos fazer mais papel de palhaço e também não vou ficar fazendo número na comissão", endureceu.

Indicação
Bertinho queria que a CPI ouvisse Vera Aparecida Tonim, moradora da Vila Tibério. Ofício protocolado pelo vereador diz que a mulher já prestou depoimento na Delegacia Seccional e que sua filha, Iramaia Tonim, que também teria caído no golpe ao pagar R$ 1,5 mil, conhece o mototaxista que prestava serviço para Marta Mobiglia, acusada de estelionato no suposto esquema.

O presidente da CPI, Walter Gomes (PMDB), lamentou a saída dos dois vereadores, que serão substituídos nos próximos dias, mas ressaltou que a votação feita entre os membros precisa ser respeitada. A comissão é formada por quatro governistas e três oposicionistas.

"A CPI caminha para a reta final porque não tem fatos novos. Ouvimos duas ou três pessoas com o mesmo argumento, mas nenhuma mencionou o envolvimento de servidores públicos", destacou Walter, emendando ter sido procurado por centenas de pessoas.

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A Cidade - Quinta, 08 de Março de 2012 –

Peças-chave em apurações serão ouvidas na Câmara

Promotor deve focar em fraudes em loteamentos; gestor do Santa Lydia relatará situação do hospital

Monize Zampieri

Duas peças-chave em diferentes investigações serão ouvidas, na tarde de hoje (8), na Câmara. Às 15h30, a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Cohab, que apura suposto desvio de casas populares, receberá o promotor Carlos Cézar Barbosa, que abordará denúncias recebidas pelo Ministério Público sobre supostas vendas de lotes hipotecados e acima do número existente no loteamento, por parte de empresas particulares. Já a CEE (Comissão Especial de Estudos), que acompanha supostos problemas no Hospital Santa Lydia após a municipalização, ouvirá às 17h o gestor da Fundação Santa Lydia, Ariclenes Garcia da Silva.

O representante do MP será ouvido a pedido do vereador Gilberto Abreu (PV). Em entrevista ao A Cidade, no dia 31 de janeiro, Barbosa afirmou que a atuação da CPI, presidida por Walter Gomes (PR), pode desvendar novos casos. O promotor defende a criação de uma legislação municipal proibindo autorizações de empreendimentos em áreas hipotecadas.

O vereador Samuel Zanferdini (PMDB) foi contra a "ampliação das investigações" por acreditar na "perda de foco". Entretanto, Giló (PR), que presidiu a CEE do Parque dos Pinus, cujos moradores viviam em áreas hipotecadas, foi favorável e decisivo para a abrangência.

Santa Lydia

Criada após denúncias de atrasos em pagamentos de médicos, rompimento de contrato unilateralmente e descontentamento de funcionários, a CEE do Santa Lydia recebeu na última semana relatório de 2011 do Iamspe (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual), que comprovaria que os repasses foram feitos em dia até dezembro. "Vamos questionar o gestor, que já confirmou presença", ressaltou Jorge Parada (PT), que preside a CEE.

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