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segunda-feira, 31 de março de 2014

Uma noite de pesadelo que durou mais de 20 anos

Dia 31 de março traz o espectro de uma infelicidade. Foi num mesmo dia 31 de março, há 50 anos atrás, que o Presidente João Goulart foi deposto por uma aliança cívico- militar que imporia no Brasil longa ditadura dos generais.
Cinquenta anos não é tanto tempo assim. Aos que foram torturados, perseguidos, ameaçados, às famílias que perderam seus filhos, aos filhos que perderam seus pais, ao povo brasileiro que foi amordaçado, à humanidade que teve parte de sua população violentada, cinquenta anos estão aqui, em mais um dia 31 de março, tão presentes e reais na lembrança dos que viveram os dias de chumbo e na consciência dos que analisaram a história.
Cinquenta anos após mais de vinte anos de ditadura no Brasil traz a lembrança necessária para o repúdio a algo tão grotesco. É lembrar para que nunca mais aconteça, para que nunca mais se repita.
Não há argumento algum que justifique a violência de calar e não se permitir manifestações contrárias. Não há regime político legítimo que se apóie na força e não respeite a democracia do voto, da escolha, da liberdade. Não há nação desenvolvida onde seu povo é oprimido e seu trabalhador não é livre.
A imposição de pensamentos e interesses é a mais clara expressão do desrespeito e da violência. Nenhuma ditadura que ocorreu até hoje foi boa. Todas elas deixaram como legado, atrocidades e retrocessos. O que se verificou em todas elas foi a defesa incontestável, não aberta ao diálogo, dos interesses da elite econômico-financeira que sempre dominou o poder e que não admite qualquer projeto de reforma institucional que possa ameaçar seus privilégios, e assim passa a atropelar qualquer outra opinião ou defesa que seja divergente de seus interesses. Assim fizeram no Brasil, atropelando as pessoas e queimando os votos dados em eleições democráticas para a escolha de candidato que levou à Presidência da República quem não satisfazia às vontades dessa elite.
Jango foi o Presidente deposto e todo o povo brasileiro vítima de um golpe.
Por mais difícil que possam ser os desafios da democracia, ela é absolutamente o contrário de uma ditadura. Ela propõe liberdade e igualdade, valores que nos permitem dialogar e evoluir. Ou não será o diálogo nossa maior fonte de evolução?
Desse modo, embora fracassadas, é espantoso ter vivenciado recentemente manifestações favoráveis a um novo golpe militar no Brasil. Com todos os obstáculos que ainda temos que superar no país, vivemos uma democracia, que permite inclusive, críticas cotidianas divulgadas pelas mesmas elites golpistas de outrora, através de veículos de comunicação.
Olhar para a história é buscar o aprendizado para evitar que os mesmos erros do passado sejam cometidos novamente no presente e nos façam sofrer ainda mais no futuro.
Após tantos anos do golpe militar no Brasil o mesmo povo que foi escravo de mentes reacionárias e almas tiranas tem o poder proveniente do aprendizado da história de não ser mais escravo de ninguém. O sacrifício de todos aqueles que lutaram contra a ditadura, contra a espoliação do Brasil, contra a espoliação do povo, pode sempre nos servir de estandarte e imbuir nossos espíritos para que a liberdade e o respeito sejam sempre mais fortes do que a tirania.
Raquel Montero 
http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2014/03/uma-noite-de-pesadelo-que-durou-mais-de.htmlDia 31 de março traz o espectro de uma infelicidade. Foi num mesmo dia 31 de março, há 50 anos atrás, que o Presidente João Goulart foi deposto por uma aliança cívico- militar que imporia no Brasil longa ditadura dos generais.
Cinquenta anos não é tanto tempo assim. Aos que foram torturados, perseguidos, ameaçados, às famílias que perderam seus filhos, aos filhos que perderam seus pais, ao povo brasileiro que foi amordaçado, à humanidade que teve parte de sua população violentada, cinquenta anos estão aqui, em mais um dia 31 de março, tão presentes e reais na lembrança dos que viveram os dias de chumbo e na consciência dos que analisaram a história.
Cinquenta anos após mais de vinte anos de ditadura no Brasil traz a lembrança necessária para o repúdio a algo tão grotesco. É lembrar para que nunca mais aconteça, para que nunca mais se repita.
Não há argumento algum que justifique a violência de calar e não se permitir manifestações contrárias. Não há regime político legítimo que se apóie na força e não respeite a democracia do voto, da escolha, da liberdade. Não há nação desenvolvida onde seu povo é oprimido e seu trabalhador não é livre.
A imposição de pensamentos e interesses é a mais clara expressão do desrespeito e da violência. Nenhuma ditadura que ocorreu até hoje foi boa. Todas elas deixaram como legado, atrocidades e retrocessos. O que se verificou em todas elas foi a defesa incontestável, não aberta ao diálogo, dos interesses da elite econômico-financeira que sempre dominou o poder e que não admite qualquer projeto de reforma institucional que possa ameaçar seus privilégios, e assim passa a atropelar qualquer outra opinião ou defesa que seja divergente de seus interesses. Assim fizeram no Brasil, atropelando as pessoas e queimando os votos dados em eleições democráticas para a escolha de candidato que levou à Presidência da República quem não satisfazia às vontades dessa elite.
Jango foi o Presidente deposto e todo o povo brasileiro vítima de um golpe.
Por mais difícil que possam ser os desafios da democracia, ela é absolutamente o contrário de uma ditadura. Ela propõe liberdade e igualdade, valores que nos permitem dialogar e evoluir. Ou não será o diálogo nossa maior fonte de evolução?
Desse modo, embora fracassadas, é espantoso ter vivenciado recentemente manifestações favoráveis a um novo golpe militar no Brasil. Com todos os obstáculos que ainda temos que superar no país, vivemos uma democracia, que permite inclusive, críticas cotidianas divulgadas pelas mesmas elites golpistas de outrora, através de veículos de comunicação.
Olhar para a história é buscar o aprendizado para evitar que os mesmos erros do passado sejam cometidos novamente no presente e nos façam sofrer ainda mais no futuro.
Após tantos anos do golpe militar no Brasil o mesmo povo que foi escravo de mentes reacionárias e almas tiranas tem o poder proveniente do aprendizado da história de não ser mais escravo de ninguém. O sacrifício de todos aqueles que lutaram contra a ditadura, contra a espoliação do Brasil, contra a espoliação do povo, pode sempre nos servir de estandarte e imbuir nossos espíritos para que a liberdade e o respeito sejam sempre mais fortes do que a tirania.
Raquel Montero 
http://raquelbencsikmontero.blogspot.com.br/2014/03/uma-noite-de-pesadelo-que-durou-mais-de.html

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