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terça-feira, 15 de novembro de 2011

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PALESTRA SOBRE DROGAS E ALCOOL
SAIBA COMO PREVINIR, IDENTIFICAR E TRATAR UM DEPENDENTE QUIMICO

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Nos 100 anos de Vo Nguyen Giap*

02.Set.11 :: Outros autores 


“os imperialistas são péssimos alunos, demos-lhes lições durante vários anos na nossa escola, não aprenderam nada e foram repetentes durante tantos anos que tivemos que correr definitivamente com eles”
General Vo N’Guyen Giap
Argel, 1975

O mítico general Vo Nguyen Giap cumpriu cem anos de idade. Quase tão venerado como Ho Chi Minh, estratega das grandes batalhas contra o colonialismo francês e a agressão estado-unidense, Giap é considerado um génio da logística e um político mobilizador de massas.
Este lendário general vietnamita nasceu na aldeia de Una Xa, província de Quang Binh, a 25 de Agosto de 1911. Filho de um camponês que, embora sem terra, sabia ler e escrever e lutou durante toda a sua vida contra o regime colonialista imposto ao seu país.
Ainda muito jovem, em 1926, começou a luta pela libertação do Vietname no instituto em que estudava. Aderiu ao Menh Dang do Tan Viet e, dois anos mais tarde, ao Quoc hoc, organizações clandestinas que faziam agitação contra a ocupação estrangeira.
Em 1930 foi detido e condenado a três anos de prisão, mas foi libertado alguns meses mais tarde.
Em 1933 entrou para a universidade de Hanói, de onde foi expulso dois anos mais tarde por realizar agitação revolucionária.
Na universidade conheceu Dang Xuan Khu, que mais tarde adoptaria o pseudónimo de Truong Chinh, o principal ideólogo do comunismo vietnamita. Foi ele quem recrutou Giap para o Partido Comunista da Indochina.
Em 1937 conseguiu concluir os seus estudos de Direito na universidade e começou a dar aulas de história num instituto em Hanói, embora o que fizesse na realidade fosse organizar os professores e os estudantes para a luta revolucionária.
Em 1939 publica, juntamente com Truong Chinh, o seu primeiro livro, intitulado “A questão camponesa”, no qual analisam o papel que os assalariados rurais devem desempenhar no processo revolucionário, enquanto aliados do proletariado vietnamita.
No ano anterior casara-se com uma tailandesa, Dang Thi Quang, militante comunista igualmente, e quando no ano seguinte o Partido Comunista da Indochina é ilegalizado Giap foge para a China, onde conheceu Ho Chi Minh e onde estudou as teses de Mao Zedong sobre a guerra popular prolongada e a guerra de guerrilha, que viria a aplicar magistralmente no seu próprio país.
Mas a polícia francesa prendera a sua mulher e a sua cunhada para as utilizar como reféns para pressionar Giap e para o levar a entregar-se. A repressão foi feroz: a sua cunhada foi guilhotinada e a sua mulher foi condenada a prisão perpétua, vindo a morrer na prisão ao fim de três anos em consequência das brutais torturas a que foi sujeita. Os carrascos assassinaram também o seu filho recém-nascido, o seu pai, duas irmãs e outros familiares.
Em Maio de 1941, na conferência de Chingsi (China), funda, juntamente com Ho Chi Minh, o Dong Minh (Liga Vietnamita para a Independência) mais conhecido com Vietminh, para congregar as forças anti-japonesas numa única frente de libertação nacional.
Nesse mesmo ano Giap desloca-se para as montanhas do interior do Vietname a fim de dar início à guerra de guerrilha. Aí estabelece uma aliança com Chu Van Tan, dirigente do Tho, grupo guerrilheiro de uma minoria nacional do noroeste do Vietname. Giap inicia a construção do Tuyen Truyen Giai Phong Quan, um exército capaz de expulsar o ocupante francês e de sustentar o programa do Vietminh.
Inicia uma campanha de dois anos de propaganda armada e de recrutamento, convertendo os camponeses em guerrilheiros combinando o treino militar com a formação política comunista. Em meados de 1945 dispunha já de cerca de 10.000 homens sob o seu comando e pode passar à ofensiva contra os japoneses que ocupavam todo o sudeste asiático.
Em Agosto de 1945, juntamente com Ho Chi Minh, Giap dirigiu as suas forças para Hanói, e em Setembro desse ano Ho Chi Minh pôde proclamar a independência do Vietname, com Giap como comandante do exército revolucionário.
Na guerra contra o colonialismo francês que se seguiu Giap demonstrou a superioridade da guerra popular sobre as forças imperialistas alcançado, em 7 de Maio de 1954, uma espectacular vitória na decisiva batalha de Dien Bien Phu, um vale situado a cerca de 300 quilómetros a oeste de Hanói onde as forças ocupantes francesas se tinham entrincheirado, confiantes na protecção das montanhas circundantes e na sua capacidade de derrotar as forças revolucionárias que tentassem descê-las. Não imaginavam que as forças de Giap fossem capazes de fazer subir peças de artilharia por de encostas quase inacessíveis.
Após quase seis meses de cerco, dos 15.094 mercenários franceses concentrados em Dien Bien Phu apenas 73 conseguiram escapar, enquanto 5.000 foram mortos e 10.000 capturados. Giap e o general Denhg lançaram o assalto final que conduziu à expulsão definitiva dos franceses da Indochina. O exército de Giap e Denhg sofreu a baixa de 25.000 combatentes.
Giap e Denhg derrotaram os imperialistas graças a uma acumulação logística extraordinária e a uma utilização eficaz e bem protegida da artilharia. Os 60 caças-bombardeiros B-29 norte-americanos enviados em apoio do efectivo francês falharam o seu objectivo, o que levou os imperialistas a admitir, segundo o criminoso plano do almirante norte-americano Radford e do general francês Navarre, o lançamento de bombas nucleares contra as forças revolucionárias.
A campanha de Dien Bien Phu foi a primeira grande vitória de um povo colonial e feudal, com uma economia agrícola primitiva, contra um experiente exército imperialista apoiado por uma indústria bélica pujante e moderna. Os mais conhecidos generais franceses (Leclerc, De Lattre de Tasigny, Juin, Ely, Sulan, Naverre) fracassaram, um após outro, perante tropas constituídas por camponeses pobres, mas inteiramente decididas a lutar pelo seu país e pelo socialismo. Os governos de Paris foram também caindo, à medida que os seus generais eram derrotados naqueles arrozais distantes, deixando bem evidente a fragilidade da IV República.
O Vietname ficou dividido e Giap foi nomeado ministro da defesa do novo governo do Vietname do norte que, ao mesmo tempo que prosseguia a guerra popular de libertação, se esforçava por construir uma nova sociedade, socialista.
Como comandante do novo exército popular, Giap dirigiu a luta na guerra do Vietname contra os novos invasores norte-americanos no sul do país, que de novo teve início como uma guerra de guerrilha. Os primeiros soldados norte-americanos a morrer no Vietname resultaram do ataque a uma base militar Bien Hoa, a noroeste de Saigão, realizado pelo Vietcong em 8 de Julho de 1961. Nesse ano foram abatidos pelos guerrilheiros Vietcong mais de 1.000 lacaios do imperialismo americano, e anteriormente a 1961 já outros 4.000 tinham caído.
Quatro presidentes norte-americanos sucessivos mantiveram a agressão contra o Vietname, deixando o rasto sangrento de 57.690 mercenários americanos abatidos, enquanto do lado vietnamita caíram 600.000 combatentes. Mas em 1973 os EUA forma finalmente obrigados a abandonar o país. O país foi reunificado dois anos mais tarde, depois de um tanque do exército revolucionário romper a vala de protecção da embaixada norte-americana enquanto os últimos imperialistas a abandonavam precipitadamente, fugindo de helicóptero do telhado do edifício.
Giap foi a partir de então ministro da defesa do Vietname e membro de pleno direito do Politburo do Partido Comunista do Vietname, cargo que manteve até 1982.
Depois de abandonara estes cargos dirigiu a Comissão de Ciência e Tecnologia e, em Julho de 1992, foi-lhe concedida a mais alta condecoração do novo Vietname socialista, a ordem da estrela de ouro.
O general Giap não foi apenas um mestre na arte de dirigir a guerra revolucionária, escreveu também sobre ela, publicando em 1961 a sua famosa obra “Guerra popular, exército popular”, manual da guerra de guerrilha baseado na sua própria experiência. Nela estabelece os três fundamentos básicos de que necessita um exército popular para alcançar a vitória na luta contra o imperialismo: direcção, organização e estratégia. A direcção do Partido Comunista, uma férrea disciplina militar e uma linha política adequada às condições económicas, sociais e políticas do país.
Definiu a guerra popular como “uma guerra de combate para o povo e pelo povo, enquanto a guerra de guerrilha é apenas um método de combate. A guerra popular corresponde a uma concepção mais geral. É uma concepção de síntese. É uma guerra simultaneamente militar, económica e política”. A guerra popular não é realizada apenas pelo exército, por mais popular que este seja, mas sim por todo o povo, que deve participar e ajudar na luta, que necessariamente será prolongada.
Como bom guerrilheiro, Giap sabia que o sucesso, quando existe uma desproporção de forças muito grande, se baseia na iniciativa, na audácia e na surpresa, o que exige que o exército revolucionário esteja continuamente em movimento. Destacou-se com um génio da logística, capaz de movimentar continuamente importantes contingentes militares, segundo os princípios da guerra de deslocações. Fê-lo contra os colonialistas franceses em 1951, infiltrando um exército inteiro através das linhas inimigas no delta do rio Mekong, e repetiu-o antecipando a ofensiva de Tet em 1968 contra os estado-unidenses, quando posicionou milhares de homens e toneladas de aprovisionamentos para um ataque simultâneo contra 35 centros estratégicos do sul.
A batalha de la Drang (19 de Outubro – 27 de Novembro de 1965) foi uma das mais importantes para ambas as forças no decurso da guerra de libertação do Vietname. No seu decurso o general imperialista Westmoreland estava convicto de que a mobilidade aérea e a potência de fogo em grande escala seriam a resposta adequada à estratégia de Giap. Mas este colocou os seus efectivos tão próximo das linhas norte-americanas que os B-52 largavam as bombas em cima das suas próprias fileiras.
As tácticas de guerrilha de Giap constituem ainda hoje uma das mais importantes fontes de informação do exército norte-americano para esmagar as forças revolucionárias. Os imperialistas dispõem de toda a informação, mas falta-lhes o mais importante: as massas que provocam com as suas macabras acções de saque e destruição. Estão conscientes de que se as massas se integram na guerra revolucionária estão perdidos. Por isso procuram evitá-lo e se esforçam por isolar do povo os destacamentos guerrilheiros, tanto através da repressão como da falsidade. Mas também sabem que não poderão manter indefinidamente nem uma coisa nem a outra…

*Publicado em Nicaragua_Socialista@yahoogroups.com, 25 de Agosto de 2011
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