A Cidade - Sexta, 05 de Agosto de 2011
Crianças que moravam em favelas e estão no residencial Wilson Toni ainda não foram transferidas
Jucimara de Pauda
Crianças do conjunto habitacional Wilson Toni ainda não conseguiram vagas nas escolas da região. As 238 famílias que moravam nas favelas Zanetti, Vila Elisa e Tanquinho mudaram para o residencial no último fim de semana.
"Meu filho precisa de vaga na 2ª série. Abriram o cadastro e disseram que na semana que vem vão dar um jeito na vaga, mas estou preocupada. Ele estudava em escola estadual e tenho medo dele não conseguir vaga aqui", conta Viviane da Silva, que morava na Vila Carvalho. Ela procura vaga para o filho Elielson da Silva Souza.
O fato preocupa as mães que esta semana viram os filhos e filhas passarem o dia em um campo futebol improvisado, seja jogando bola, ou soltando pipa, já que, para as crianças, o clima ainda é de "férias".
Roseli dos Reis Garcia tem três filhos e nenhum deles começou a frequentar a escola. Brenda Caroline precisa de vaga no 6º ano, Breno no 5º ano e Gabriele no 2º ano. Ela diz que confia na ajuda da prefeitura para garantir as vagas.
"Uma senhora da prefeitura disse que caso não haja vagas, eles arrumarão um ônibus para levar nossos filhos na escola. Os meus estudavam no Dom Alberto, nos Campos Elíseos", diz Roseli.
A irmã dela, Raquel dos Reis Garcia, também tem três filhos: Maicon, que precisava de vaga no 7º ano, Andressa, 5º ano e Daiane, 4º ano. Todos estão sem estudar. "Eles têm que dar um jeito de arrumar vagas para nossos filhos porque eles não podem ficar o dia todo jogando bola", diz a mãe.
A dona de casa Vera Lucia de Souza está preocupada com a filha Ana Claudia, que não conseguiu vaga nas escolas do bairro. "Não tem vaga para ela. Nós morávamos na Vila Mariana e ela frequentava a aula sem faltar um dia", afirma.
Esta é a mesma preocupação de Maria Aparecida da Silva. Os filhos dela estudavam na escola estadual Veiga de Miranda.
"Gostamos de morar aqui. O apartamento é bom e o bairro também, mas precisamos colocar nossos filhos na escola", diz.
Outro lado
A assessoria de imprensa da prefeitura de Ribeirão informa que a rede municipal de ensino dá atendimento total da demanda por educação infantil no bairro. Já no site da prefeitura consta que existe um cadastramento das crianças para as escolas da região.
"Com relação ao ensino fundamental, a rede estadual tem condições de suprir a atual necessidade", afirma a secretária Débora Vendramini. "Caso haja necessidade, os excedentes serão matriculados em escolas estaduais no Monte Alegre, Vila Tibério, ou outros bairros".
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