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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Incêndio na favela no Maria casa Grande deixa 60 desabrigados

A Cidade - Segunda Feira , 26 de Setembro de 2011
Incêndio em favela da zona Norte deixa 60 desabrigados
Chamas destruíram 21 barracos em área de 300 metros quadrados no bairro Maria Casagrande, em Ribeirão Preto
Sidnei Quartier

Sessenta pessoas, entre elas quase 30 crianças, estão desabrigadas desde a madrugada deste domingo (25), na zona Norte de Ribeirão Preto. Os barracos de madeira onde viviam, na Favela Casa Grande, no bairro Maria Casagrande Lopes, foram destruídos por um incêndio - supostamente criminoso - às 3h.
O vento forte ajudou a propagar o fogo. Em menos de dez minutos, foram destruídos 21 casebres numa área de 300 m².
Os moradores disseram que só houve tempo para salvar as crianças. Ninguém se feriu, à exceção de E., 29 anos, que seria dependende em drogas e álcool e teria provocado o incêndio e quase foi linchado pelos moradores.
O suspeito sofreu lesões graves, tendo também fraturado uma das pernas. Foi resgatado das mãos dos agressores pelos bombeiros e levado para o HC.
Os desalojados estão em casas de parentes e de vizinhos. Ninguém aceitou a oferta de passar a noite na Cetrem (Central de Triagem e Encaminhamento do Migrante, Itinerante e Morador de Rua).
Seis viaturas dos bombeiros foram deslocadas e a operação durou três horas.
Na área atingida pelo fogo, três casas de alvenaria foram preservadas.
A prefeita Dárcy Vera (DEM) esteve no local  na manhã deste domingo e prometeu voltar neste segunda-feira (26), às 11h. Segundo os moradores, ela teria prometido uma solução para as vítimas.
Neste domingo, a Secretaria de Assistência Social forneceu café da manhã e marmitex aos desabrigados.
A secretária Maria Sodré disse ter iniciado campanha, pedindo doações de alimentos, eletrodomésticos, roupas, camas e colchões pelo telefone 161.
Devastador
O incêndio foi devastador, disse Cláudia Regina Petroceli, 33 anos, paranaense de Arapongas.
Seus gritos desesperados, no meio da madrugada, ajudaram a salvar vidas, testemunhou Zenaide de Oliveira Rosa, 45 anos, a mais antiga morada do local.
"Acordei com os gritos da Cláudia e tirei da casa meus cinco filhos, de 5 a 13 anos. Perdi tudo, nem documentos tenho mais. Queimou até o cartão do Bolsa Escola". (Com Mariana Lucera)
Briga
A favela de meio quarteirão, no Maria Casagrande, na altura do número 220 da rua José Antônio Pastori, onde 21 barracos de madeira foram queimados, na madrugada deste domingo, é um modesto núcleo de paranaenses em Ribeirão.
A começar pelo suposto autor do incêndio, E., de 29 anos, primo de M., com quem ele estaria brigado. Segundo os moradores, E. teria começado o fogo no casebre da prima, para prejudicá-la.
A família de ambos é de Londrina, de onde também vieram Andréia Ribeiro de Paula e Zenaide de Oliveira Rosa.
Claudia Regina Petroceli, que com seus gritos agudos, acordou os vizinhos, chegou de Arapongas há um ano e meio.
Sem nada - até os documentos foram queimados - os moradores aguardam uma solução.
A maioria garante que se inscreveu em programas habitacionais há muito tempo. Uma outra ideia, se a prefeita aceitar, diz Zenaide, é reconstruir os barracos, provisoriamente.


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