Carta aberta sobre o Programa de Incentivo à Cultura.
O Programa de Incentivo à Cultura de Ribeirão Preto (PIC) nasceu em 2009, quando a Secretaria Municipal da Cultura e a sociedade civil, por meio do Conselho Municipal de Cultura, discutiam formas de execução das metas contidas no Plano Municipal de Cultura.
No Plano, constava a proposta de aumento do orçamento municipal destinado à Cultura, proposta esta que não foi aceita pela Prefeitura Municipal. Como contraproposta, foi oferecida uma verba com destinação específica para projetos culturais, no valor de R$ 200.000,00, no primeiro ano, aumentados para R$ 400.000,00 e R$ 800.000,00 nos dois anos seguintes. Essa nova proposta recebeu o nome de PIC, constituindo-se enquanto uma ferramenta de fomento à cultura, por meio da qual artistas e agentes culturais de Ribeirão Preto tiveram acesso a verbas públicas de forma DEMOCRÁTICA.
No entanto, ao mesmo tempo em que ganhamos uma ferramenta para fomentar a produção cultural local, ganhamos também uma grande dor de cabeça. Tudo é muito bonito até o momento em que a Prefeitura Municipal precisa executar os pagamentos dos projetos aprovados que, em seus três anos, nunca foram feitos em dia, atrasando o andamento dos projetos e prejudicando artistas.
Para complicar a situação, em cada projeto feito para o PIC, temos que criar um cronograma de execução, com prazos determinados para término. O cronograma tem que ser cumprido porque a prestação de contas tem que ser feita em dia, por conta das tramitações da Secretaria Municipal da Fazenda. Cumprir o cronograma aprovado não seria nenhum problema se o repasse da verba fosse feito em dia. Como isso geralmente não acontece, os contemplados pelo PIC precisam desenvolver seus projetos a qualquer custo, às vezes, inclusive, comprometendo a execução dos projetos assim como comprometendo financeiramente os próprios proponentes, já que não receberam os recursos necessários mas precisam cumprir os prazos.
Essa situação agrava-se a cada ano. No PIC/2012, os projetos deveriam ser executados entre março e novembro de 2012. Passados cinco meses da aprovação, mais da metade do prazo de execução, a maioria dos projetos ainda não recebeu o repasse da 1ª. parcela. Isso se torna mais estarrecedor quando sabemos que a verba para custeio dos projetos está prevista no orçamento municipal de 2012.
Entendemos que o atraso não é um problema do PIC, mas sim um problema de gestão pública. Se verba já está prevista, por que não são efetuados os repasses? Isso nos leva a entender que, em meio há tantos pagamentos a serem feitos pela Secretaria Municipal da Fazenda, aqueles destinados ao fomento cultural têm sido deixado de lado. Essa postura reflete o desrespeito que a Prefeitura Municipal demonstra, neste ano, em relação à Cultura, indo na contramão de todo o trabalho desenvolvido anteriormente. Cancelamento da Virada Cultural, lentidão em dar posse ao Conselho Municipal da Cultura e, agora, atraso do pagamento do PIC, que só faz desacreditar o programa.
Precisamos, mais uma vez, nos mobilizar contra o desrespeito exercido em relação às nossas ações culturais. Não podemos deixar a Prefeitura Municipal fugir de seu compromisso e responsabilidade. Precisamos defender o PIC e, mais do que isso, lutar por sua continuidade, transformando-o em lei municipal, com dotação orçamentária própria!
Entendemos que essa não é uma luta apenas dos premiados no PIC deste ano, mas de toda classe artística local. Não sabemos se, no próximo ano, teremos nova edição do programa, mesmo este sendo considerado a principal ferramenta de democratização do financiamento à cultura em Ribeirão Preto. O PIC deve continuar e cada vez mais ser ampliado para implementar ações de artistas e fazedores de cultura!
Estamos colocando esse assunto em discussão para que todos entendam a importância de discutir e defender o PIC e, sobretudo, de lutar por RESPEITO à cultura em nossa cidade.
Ribeirão Preto, 20 de julho de 2012.
Associação Amigos do Memorial da Classe Operária – UGT
Coletivo Fuligem de comunicação e arte
Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil
Flavia Carnot – ME
Nathalia Fernandes da Silva – Produção Teatral-ME
Renata Aquino Defina - sapateadora
Espaço Cult – Arte e Cultura
Associação de Cultura e Arte de Ribeirão Preto
Marcos Amorim - Educomunicador e produtor cultural
Luciana Rodrigues - produtora cultural
Ricardo Coimbra - professor de filosofia
Bruno Barbosa - músico
Duda Lazarini - músico
Leandro Cunha - músico
Marcelo Toledo - músico
Fernando Pachioni - músico
Flávio Racy - ator
Cia A DitaCuja
Casa das Artes
Leser MC
Cia Teatral Tertulia
Vanessa Padilha – atriz
Movimento Panelaço
Mensagem encaminhada ----------
From: reinaldo romero <rtromero@hotmail.com>
Oba...
Date: Mon, 23 Jul 2012 13:12:40 -0300
Subject: Vídeos sobre nossa participação na Cúpula dos Povos
From: contato@paubrasil.org.br
To: acepaubrasil@gmail.com
Amigos(as),
A Associação Cultural e Ecológica Pau Brasil, com o apoio da S.O.S Mata Atlântica, esteve presente com 44 militantes na Cúpula dos Povos no Rio de Janeiro, entre os dias 15 a 23 de junho de 2012. A Cúpula dos Povos foi um evento organizado pela sociedade civil e paralelo a Rio + 20.
Como um dos resultados e desdobramentos de nossa participação, fizemos dois vídeos documentários pela Paubrasil Filmes.
Um deles é o: Oitenta Mil A Marcha da Cúpula dos Povos e o outro Marcha A Ré Dilma, Com Que Cara Você Foi Pra Rio + 20?
É com prazer e alegria que compartilhamos com vocês o link do nosso canal no youtube.
http://www.youtube.com/user/acecologicapaubrasi?feature=mhee
Por enquanto são estes, mas tem mais pra sair do '' forno'' assista, critique e divulgue.
Outro desdobramento, foi a realização da devolutiva, no inicio de Julho, para relatar as experiências do grupo na Cúpula. Nessa ocasião, se rearticulou a Rede Proseando de Educação Ambiental.
Em breve encaminharemos mais informações sobre a rede.
Até breve,
Simone Kandratavicius
1ª Secretária
Contatos:
(16) 3610-8679
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www.facebook.com/associacao.brasil
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Fique calmo
Publicado por Litiara Battiston no Google+ (via Augusto de Franco)
Você tem cinco anos de idade e só queremos que você sente nesta cadeira desconfortável por 5 horas. Não começaremos por tanto tempo. No início há mais intervalos e períodos lúdicos. Vamos aumentando aos poucos. Portanto, fique calmo.
Amanhã você também sentará nesta cadeira desconfortável por mais algum tempo. De segunda a sexta e, às vezes, no sábado também. Embora por menos tempo. E quando finalmente aprender a sentar nesta cadeira desconfortável por cinco horas, lá na frente estará um sujeito que falará durante as cinco horas sobre assuntos que, possivelmente, não interessam a você.
Não é culpa dele. Talvez nem ele saiba mais o que está fazendo ali.
Pois ele, antes de você, já teve a fase em que sentou-se, durante anos, em uma cadeira desconfortável durante cinco horas, ouvindo alguém falar sobre coisas que não lhe interessavam. E, depois de passar por um processo desses, repetidamente, é bem possível que ele já não ligue mais para isso. Note como ele fala calmamente. Assim, fique calmo.
Você não está aprendendo Matemática. Não está aprendendo Língua Portuguesa. Não está aprendendo Ciências. Isso é só a fachada.
O currículo está para o verdadeiro ensino como o restaurante sem movimento está para a lavagem de dinheiro de algum negócio ilícito. É só a fachada.
O que você aprende de verdade é que você deve suportar situações insuportáveis por períodos longos do seu dia, repetidamente ao longo de anos de sua vida. A cadeira desconfortável em que você se senta por milhões de minutos está moldando sua bunda para o que bilhões de adultos costumam chamar de cotidiano. Esse aprendizado tornará mais fácil e cômodo aceitar aquilo que se espera de você daqui a alguns anos.
E o cara lá na frente é uma espécie de boneco de treinamento. A exemplo dos simuladores, ele não pode feri-lo de verdade. Mas está condicionando você para a coisa mais importante nesta vida: RESPEITAR A AUTORIDADE. A AUTORIDADE SÓ FALA A VERDADE.
E, pode acreditar, você terá oportunidade de respeitá-la e também de ser autoridade, às vezes simultaneamente, às vezes como boneco de treinamento. Ser, nessa máquina, uma engrenagem. Que é movida mas que move também Sem respeito à autoridade, o mundo como o conhecemos não funciona. E todo o mundo sabe como o mundo, tal e qual o conhecemos, é ótimo. Todos o adoram. Ninguém quer engrenagens que se movam em algum sentido inesperado. Então. Fique calmo. E sentado.
Outra coisa importante: errar é horrível. Esperamos que você só acerte nesta vida. Sabemos que ter medo de errar prejudica a criatividade, pois a criatividade presume eventuais erros. Mas também ninguém espera que todo o mundo seja criativo. Afinal, o que seria da autoridade se todo o mundo começasse a ser criativo e tivesse liberdade para errar sem medo?
Assim, mais fachada: parece bonito ensinar alguém a só acertar, mas de verdade o que você tem que aprender mesmo é o medo de errar.
O mercado não admite erros. Não havíamos tocado neste assunto, ainda.
O mercado. Mas saiba que o mercado é a cola que une a sua bunda a essa cadeira desconfortável. Afinal, você precisa, um dia, ser capaz de ser um empregado e fazer parte do mercado. É por isso que você está sentado. Sentado e calmo. Fique calmo.
E, depois de anos de cadeira, ouvindo alguém falar de coisas que não lhe interessam em absoluto, você passará por uma coisa chamada vestibular.
O vestibular verifica se você ouviu e absorveu o suficiente de coisas desinteressantes e se, assim, será capaz de, mais tarde, vender seu tempo para projetos que também não lhe interessam necessariamente. E, assim, ser um empregado exemplar.
Isso tudo depende de: sua capacidade de ficar sentado em uma cadeira desconfortável, que indica sua predisposição a suportar situações insuportáveis sua capacidade de não questionar a autoridade, tão firmemente desenvolvida e fixada ao longo de anos que você nem a percebe
sua capacidade de se interessar por assuntos que não o interessam realmente, que é uma espécie de auto-engano que as grandes empresas costumam chamar hoje de proatividade e de sinergia.
Se você tiver absorvido tudo isso, certamente passará no vestibular. Muito embora – e mais uma vez entramos no tema da fachada – o vestibular pareça medir coisas como Matemática, Língua Portuguesa e Ciências.
Podemos concluir, grosso modo, que quanto mais concorrida a vaga de um curso, mais ela exige das três capacidades acima arroladas.
Matemática, Língua Portuguesa e Ciências são índices apenas. Na verdade, estão para o verdadeiro ensino como o hambúrguer está para o cadáver do boi. Ainda assim, FIQUE CALMO.
Sim. Finalmente, você entrou em uma faculdade. PARABÉNS! Mais alguns anos de cadeira desconfortável. Só para garantir. Mas agora você não precisa ficar sentado nela durante tanto tempo. Não é preciso. Seu espírito já se dobrou. Possivelmente, ele está sentado neste momento, suportando alguma situação insuportável, mesmo quando você está em pé. Bem calmo.
É bem provável que essa faculdade em que você entrou tenha como slogan algo semelhante a “preparamos para o mercado” com a foto de um modelo sorridente abaixo. Não confunda: ele não é um estudante da instituição, mas os dentes daquele sorriso são o mercado. Para as fachadas mais humanas, o slogan é algo como “preparamos para a vida”. Que, considerando que vida e mercado hoje são quase sinônimos, dá na mesma.
“Preparamos cidadãos” – e seus equivalentes – quer dizer “ensinamos você a usar o Procon”.
Porque, no mercado, o bom cidadão é o consumidor. Talvez a única vez que você tenha questionado o sujeito que fala coisas desinteressantes lá na frente tenha sido dizendo algo como: “Ei, eu pago o seu salário! Sou um consumidor!”. Parabéns, você aprende rápido. Pois se você é incapaz de consumir, não é um cidadão de primeira classe. Talvez nem seja um cidadão.
E o mercado pede que você seja um cidadão. E o máximo a que o seu questionamento será capaz de chegar irá até estas três letrinhas: SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor). Se as empresas quisessem atender pessoas, colocariam gente de verdade atendendo aos telefonemas. E não gravações ou outras pessoas lendo scripts e preparadas pelo mercado. Por isso, o mercado – de olho no futuro – cola sua bunda à cadeira desconfortável durante horas.
Para aprender a suportar situações insuportáveis, respeitar a autoridade e para nivelar sua criatividade tão aceitavelmente quanto a volúpia de um gato castrado. Para que assim, um dia, você possa contribuir e, só então, consumir: realimentando o processo. Eu sei que, aos cinco anos de idade, é difícil entender o que está acontecendo.
Mas peço que, por alguns instantes e nos seguintes, você FIQUE CALMO.
Em alguns anos você vai aceitar tudo perfeitamente.
http://gutadefranco.tumblr.com/post/27216715283/fique-calmo
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