Sexta, o2 de Junho de 2012
Famílias retiradas de favela ficam sem ter onde dormir
Moradores que estavam fora da lista de casas populares tiveram barracos destruídos na Favela da Mata, em Ribeirão Preto
Jacqueline Pioli
Foto: Weber Sian /
Enquanto 73 famílias eram retiradas da Favela da Mata, no entorno do aeroporto Leite Lopes, na zona Norte de Ribeirão Preto, e ganhavam casas novas no Paulo Gomes Romeo, na zona Oeste, outras 17 famílias ficaram sem saber onde dormir. Elas não estavam na lista do projeto de desfavelamento, congelada em 2007, que retira moradores do local e os coloca em casas populares.
Segundo o secretário da Casa Civil da Prefeitura de Ribeirão, Layr Luchesi Junior, as famílias que não foram sorteadas são moradores novos ou que já têm imóveis em outros locais.
"Esses moradores não podem falar que compraram a casa, esses terrenos são da prefeitura", afirma.
A diarista Maria Aparecida Camargo, 58 anos, morava há quatro anos na Favela da Mata com o marido e o filho de 14 anos. Nesta sexta-feira (1º), a casa dela foi demolida e ela terá que morar em um bar da sobrinha dela. "Tenho inscrição na Cohab [Companhia de Habitação] há 40 anos. A cada seis meses faço a renovação e nada até agora", afirma a diarista.
A cabeleireira Sirlene Ananias, 47, comprou a casa por R$ 25 mil há quatro anos e não tem para onde ir com a família. "É um sentimento de revolta vendo tudo isso indo pro chão".
"A minha casa não foi derrubada até agora porque a gente ficou lá dentro. Querem nos colocar no Cetrem [Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante] como se fôssemos indigentes", diz a dona de casa Nilva Aparecida Arcanjo, de 31 anos, que também teve a casa demolida depois.
A prefeitura, disponibilizou o Parque Permanente de Exposições para as famílias guardarem seus móveis e o Cetrem para serem abrigadas. Porém, todos os moradores buscaram a ajuda de familiares para passar a noite.
Mais um tumulto foi registrado na Feira Nacional do Livro na noite de sexta-feira (1º), depois do show da cantora Zizi Possi, no Calçadão da rua General Osório, no Centro de Ribeirão Preto. É o segundo caso registrado desde o início da feira, há 10 dias. A confusão teve início após um grupo de rapazes jogar garrafas contra uma viatura da Polícia Militar (PM). Ninguém foi preso.
Testemunhas relataram ao A Cidade que ouviram tiros de borracha dados pelos policiais para os dispersar jovens. Segundo o major, os suspeitos se dispersaram com o reforço de mais policiais para apoiar na ocorrência. No domingo passado, 10 pessoas foram detidas, entre elas seis menores de idade. Os jovens também atiraram objetos contra os policiais e danificaram um banheiro químico e o estande do Centro Cultural Palace.A PM participa nos próximos dias de uma reunião com representantes da Fundação Feira do Livro e da prefeitura para avaliar os pontos negativos da feira"
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