Aos
84 anos, ele faz a síntese entre as épocas
Vai do gramofone ao
notebook. Nascido em Santos, Pires passou a vida pesquisando e se atualizando
21/09/2014
- 19:07
“Nossa,
se deixar ele fica aqui o dia todo. Vai dormir sempre quase duas horas da
manhã”, entrega a mulher do professor Jorge de Azevedo Pires, Araci Maglio de
Azevedo Pires, 75 anos.
Nascido em Santos, a casa onde Pires
cresceu foi restaurada e hoje é a Pinacoteca da cidade.
Pires sempre foi apaixonado por livros
e comprou o primeiro quando tinha em torno de 14 anos, o Almanaque Imperial
Francês, de 1865.
Quando questionado sobre qual exemplar
é o seu preferido, ele desconversa e diz que não consegue escolher apenas um
título.
Muitos livros foram presentes e o
professor aprendeu a não emprestá-los.
“Só empresto para quem é muito
cuidadoso e devolve, como eu”, explica.
O professor passou a vida pesquisando.
É uma espécie de síntese entre dois mundos. É curioso observar as máquinas de
escrever antigas, os aparelhos telefônicos de mais de um século de história ao
lado do computador, impressora, notebook, tudo disposto sobre a escrivaninha
que ele ocupa.
“Precisei me atualizar”, diz.
Pela casa, outras raridades de
colecionadores são encontradas, como incontáveis discos de vinil, uma coleção
de um armário inteiro de parafusos, além dos móveis de época, que pertenceram à
casa na qual ele cresceu em Santos.
Vivendo em Ribeirão desde 1982, a
família tem recebido ligações de todo o canto do Brasil de universidades
interessadas em seu acervo. “Prefiro que fique no estado de São Paulo, me faria
mais feliz se ficasse em Ribeirão Preto”, comenta. Mas, onde?
Revistas são outra
paixão do professor
Além da paixão pelos livros, o professor Jorge de Azevedo Pires também coleciona mais de 300 exemplares de primeiras edições de revistas brasileiras.
Além da paixão pelos livros, o professor Jorge de Azevedo Pires também coleciona mais de 300 exemplares de primeiras edições de revistas brasileiras.
A maior parte desse acervo ele já
conseguiu escanear e guarda em uma pasta no computador.
“Tenho as principais revistas, a
primeira edição da Playboy, Veja, Homem, a Quatro Rodas e muitas outras que
hoje já nem circulam mais, ou circularam por pouquíssimo tempo”, conta.
Revistas e publicações de Ribeirão
Preto também se encontram nesse acervo, como a Revista-se, de 1999 e a Ribeirão
News.
“Fui olhar na Internet quanto valia uma
dessas primeiras edições e achei pessoas que pagariam até R$ 600, mas eu não
vendo”, diz ele.
Como venderia o que não tem preço?
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