EVENTO PUTZ – aqui é empregado com o mesmo
sentido no artigo de Arnaldo Jabor e que pode ser resumido na capacidade de
meia dúzia de sem-noção serem explorados por empresários espertos que promovem
eventos, com grave perturbação do
sossego das comunidades do entorno e com
o beneplácito do poder público.
Aquilo que
acontecia nos meandros do judiciário saiu a público. O Ministério Público acionou
a CODERP[i]
com uma Ação Civil Pública na sua
condição de administradora do Parque Permanente de Exposições (onde não existe
nenhuma exposição!).
No dia
09/04/2014 o MP junto com a vigilância sanitária estadual e a municipal,
fizeram uma vistoria no Parque[ii].
É “um descalabro” a situação do Parque, totalmente abandonado pelo poder
público e em reportagem na TV[iii]
ficou constatado algo de muito pior: o Parque Permanente de Exposições (onde não existe nenhuma exposição!) está
mesmo é detonado.
Só
mesmo sem-noção podem pagar os preços dos tais eventos culturais do PUTZ e
conviver com todo este estado de manutenção de sanitários e do lixo por todo o
lado. Talvez estejam bem chapados ou alienados para conviverem com isso e terem
coragem de voltarem para o próximo.
Provavelmente
não só pelo abandono mas também pelo seu mau uso, conforme o promotor avalia,
ressaltando o desvio de finalidade do parque, com a realização de festas particulares
com o agravante de que “este é um espaço público que não dá retorno algum para
a comunidade”.
Essas
festas particulares são aquelas em que toda a comunidade do entorno fica sem
dormir por causa do ruído excessivo que dura a noite toda. Como a frequência é
de classe média e os atingidos são os pobres, é possível que possamos
considerar esse abuso como sendo um conflito de classe.
Ganha o
showbiz, os negócios paralelos e outros tipos de negócios (como talvez o
narconegócio) que conseguem garantir quer um monte de adolescentes sem-noção possam
ficar pulando a noite toda como cabritos.
Ninguém
consegue fazer isso sem uns estimuladores muito específicos.
Diversas
denúncias foram feitas ao Ministério Público através de entidades e
organizações da sociedade civil, dentre elas o Movimento Pro Moradia e
Cidadania e o Movimento Pro Novo Aeroporto e todas foram confirmadas por laudos
técnicos elaborados pela CETESB.
E qual o
valor cobrado pelo Parque para que esses empresários possam arrecadar um gordo
lucro, perturbando o sossego dos trabalhadores que moram no entorno (para eles
e para a administração municipal, pobre é um quase-gente, e que por isso não
tem muitos direitos) perante a fuçanguice pelo lucro?
Simplesmente
uma merreca! E ainda deixam todo o espaço detonado, conforme a reportagem na TV
mostrou.
Todo esse
desenrolar da Ação Civil Pública e a constatação do fato de abandono e
deterioração do Parque mostraram o total menosprezo da administração municipal
com os seus próprios e a qualidade de vida da população quando se trata de
garantir os bons negócios.
E o partido
político que, dizem, é o dono da CODERP tenta resolver todo esse imbróglio
devolvendo a gerência do Parque para a administração municipal.
Um pequeno
parêntesis:
Voltando ao
tema central:
Imaginam
qual foi o comentário da administração municipal para a devolução do
gerenciamento do Parque de Exposições (aquele que não realiza nenhuma exposição!)?
A
preocupação com os shows é assunto dos empreendedores do showbiz e não deveria
ser prioritária para o governo municipal mas sim o bem estar da população que
fica submetida a uma crueldade decibélica.
Com essa
confissão fica muito clara qual é a posição da atual administração pública:
gerar negócios!
Mas essa
“negocite aguda” ainda está infectando as iniciativas da administração publica
porque já está agendada o tal Ribeirão Rodeo Music desde o dia 26 deste mês até
ao dia 3 de Maio, no qual, além de azucrinar a vida dos moradores do entorno,
ainda vão apertar “os treco” dos bois e cavalos provocando dor para que eles
pulem para alegria dos felizes alienados apreciadores do sofrimento animal.
No final do
mês de março, os moradores do entorno já tiveram o presente do PUTZ do
Carnabeirão.
Aqui é
importante relembrar que inicialmente esse tal “evento cultural” era realizado
em vias nobres da cidade, situadas na Zona Sul. Os moradores – a parcela da
classe média que não participava dessa festança cultural, é claro – reclamaram
e expulsaram esse “evento cultural” para o Parque de Exposições.
Para onde?
Para perto dos bairros de trabalhadores. Qual o prejuízo? Parafraseando certo
programa humorístico, pobre é quase gente. Então pode ser perturbado que não
tem problema.
Mas logo
mais o judiciário resolve esse problema e nós também, nas próximas eleições.
[i] CODERP
Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto
[ii]
Jornal A Cidade de 10/04/2014
[iii]http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2014/04/mp-notifica-coderp-por-problemas-no-parque-de-exposicoes-de-ribeirao.html
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