Páginas

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Carta ao Padilha

CARTA  ABERTA  AO  COMPANHEIRO  PADILHA

Ribeirão Preto 8 de Fevereiro de 2014


Os signatários desta Carta vem expor a grave situação que os movimentos sociais de luta por moradia enfrentam no município de Ribeirão Preto:
1)      O município  de Ribeirão Preto com uma população estimada de 650.000 habitantes, conta atualmente com 35  núcleos de favelas nelas residindo 5.000 famílias representando uma população média de 22.000 habitantes;
2)      Os recentes  desfavelamentos ocorridos no entorno do aeroporto Leite Lopes atenderam os  interesses do PSDB para um projeto do Daesp de tentativa de ampliação da área patrimonial que estudos técnicos demonstram a inviabilidade dessas obras;
3)      Esta tentativa de ampliação que tem total apoio da atual Prefeita já data desde 1997 e além de ameaçar a população do entorno com desapropriações e riscos , impede que Ribeirão Preto tenha um novo aeroporto em nova área em dimensões adequadas.
4)      Inúmeras e já históricas  favelas tiveram sentenças judiciais transitadas em julgado obrigando a prefeitura a removê-las através de projetos de desfavelamento (caso da faveladas Mangueiras) e nada foi feito;
5)      Nas construções decorrentes de remoção das comunidades faveladas, a CDHU tem promovido construções de péssima qualidade, com rachaduras, vazamentos, sem  acessibilidade para pessoas idosas e deficientes, havendo falta de fiscalização por parte do estado e aprovação de projetos pela Prefeitura com graves irregularidades;
6)      Os investimentos federais em habitação em Ribeirão Preto atingem o baixo percentual  de 10% do total de unidades contratadas, demonstrando a falta de políticas públicas para moradias de famílias de baixa renda.
7)      Os conjuntos habitacionais são implantados na periferia urbana não possuem infraestrutura adequada (falta água), acesso a equipamentos sociais como unidade de saúde, escolas, creches ou comércio local. Neste exato momento os profissionais de saúde encontram-se em greve e na educação a prefeitura não contrata professores concursados;
8)      O município cedeu  recentemente  11 áreas públicas, avaliadas em mais de 20 milhões ao DAERP, em troca de dívidas. Outras áreas patrimoniais que seriam destinadas para praças, escolas, creches, posto de saúde estão sendo anunciadas para venda pública por valores de até 60% abaixo dos preços de mercado;
9)      Os movimentos de moradia em Ribeirão Preto, conseguiram junto a União, a cessão  de área urbana de  aproximadamente 100.000m2 com toda a infraestrutura implantada,  onde poderiam ser instaladas 1.500 unidades habitacionais.  A Prefeitura mudou o zoneamento da área e transformou-a em área industrial e não manifesta interesse em fazer permuta com áreas patrimoniais do município.
10)  Os movimentos sociais de moradia promovem reuniões e vídeo-conferência com a Diretoria da CEF,  fazem manifestações com atos públicos, e a prefeita não responde às demandas dos movimentos sociais.


Companheiro Padilha:


Não podemos continuar pactuando com esquemas políticos que não compartilham nossa pauta social.                                                                                                               segue no verso >>


A prefeita Darcy Vera tem o DEM em suas veias.

Demonstra  insensibilidade aos apelos sociais.

Prefere atender as demandas  empresariais e enquanto a cidade está sem infraestrutura, saúde e moradia.

As recentes verbas de mais de 300 milhões do PAC 2 com que o município foi agraciado pelo governo federal para obras de infraestrutura e mobilidade urbana não tiveram a mínima transparência para apresentação e discussão com a população. 

Portanto, não podemos deixar de manifestar perante o companheiro, nossa indignação pelo tratamento cordial com que o governo federal tem dedicado a uma administração que não conversa com os movimentos sociais.

Queremos moradia digna.

Lutaremos de noite e de dia por moradia e democracia .

Queremos que o próximo governo do estado de São Paulo esteja nas suas e  nossas mãos.


Apoiam o documento:


  • Movimento Pro Moradia e Cidadania
  • Movimento Novo Aeroporto em Ribeirão Preto
  • Movimento Habitacional e Ação Social – MOHAS
  • Movimento Popular do Tanquinho
  • Associação União dos Sem Teto e Sem Terra de Sertãozinho- USTS
  • Movimento Social de Autogestão Habitacional – GAHRP
  • União dos Movimentos de Moradia de São Paulo e Interior – UMM-SP
  • Central dos Movimentos Populares - CMP
  • Núcleo de Assessoria Jurídica Popular da Faculdade de Direito USP (NAJURP)
  • Comunidade João Pessoa bairro Aeroporto
  • Comunidade Pindorama bairro Aeroporto
  • Comunidade Rua México bairro Vila Mariana
  • Comunidade Jardim Itaú
  • Fraterno Auxílio Cristão
  • Conselheiros do  Conselho Municipal de Moradia Popular de Ribeirão Preto representantes dos segmentos “movimentos sociais, associação de moradores, entidades de classe, entidades acadêmicas e entidades religiosas”

Nenhum comentário:

Postar um comentário